ACESSIBILIDADES, DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E CRIAÇÂO DE EMPREGO

Realizou-se ontem, dia 14 de Maio, na Casa dos Ferroviários, no Barreiro, o Encontro Concelhio da CDU. No Encontro, no qual foi aprovada, por unanimidade, uma resolução que sintetiza o essencial das linhas de trabalho da CDU para o Concelho, foram feitas vária intervenções sobre a realidade do Concelho, o trabalho realizado e as propostas e soluções preconizadas para o futuro imediato, tendo em conta as próximas eleições autárquicas, que terão lugar em 1 de Outubro.

Na circunstância fiz a intervenção que se transcreve:

ACESSIBILIDADES, DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E CRIAÇÂO DE EMPREGO

Intervenção de Frederico Pereira
Barreiro, 14.Maio.2017

A situação económica, social e demográfica do Concelho, é o reflexo e consequência das políticas de direita a que o país tem estado sujeito, colocando-se como elementos centrais na construção do futuro, as questões da criação de emprego e do desenvolvimento económico e, ligada a este, a necessidade da melhoria das acessibilidades, de e para o Concelho.

O Barreiro, para além do mais, não é nem pode ser considerado uma ilha, antes se integrando, dependendo e contribuindo para a Região onde está inserido, em primeiro lugar e desde logo, como parte da realidade da Península de Setúbal e em segundo lugar, mas não menos importante, como parte da Área Metropolitana de Lisboa, com uma e outra, partilhando dificuldades, constrangimentos e desequilíbrios, mas também, partilhando potencialidades.

A estas questões, da nossa realidade, das necessidades e soluções que nos propomos atender e concretizar, outros camaradas a elas se referirão e, por isso, a algumas delas, apenas farei uma referência de passagem, assinalando o que me parece essencial.

O desmembramento das estruturas produtivas das indústrias química pesada e metalo-mecânica e do sector ferroviário, verificadas sobretudo no último quarto do século passado, e ainda o encerramento ou deslocalização de numerosas empresas, então e continuadamente, verificados no Barreiro, em conjunto, conduziram à liquidação de milhares de postos de trabalho e à degradação das condições de vida e de trabalho no Concelho, condicionou e continua condicionando, de uma forma expressiva, a realidade actual do Barreiro e, até por isso, impõe a necessidade de se concretizarem soluções que invertam a situação de relativo declínio económico a que se tem assistido.

A prova de que o problema do encerramento de empresas, e consequentemente, o da diminuição do emprego no Concelho, subsiste, é bem exemplificado, nos últimos 16 anos, pelo número de empresas não financeiras existentes no Barreiro, que sendo 7.200 em 2009, apenas são 5.870 em 2015.

Para além do mais, tratando-se de empresas de muito pequena dimensão, 97% têm menos de 10 trabalhadores, a realidade, hoje no Concelho, é bem diferente da existente, durante quase todo o século XX, primeiro com a chegada do caminho-de-ferro e, depois, com a industrialização e a instalação, sobretudo, das fábricas da CUF.

Como consequência, o Barreiro tem vindo a perder população, sobretudo entre quadros técnicos, operários especializados e jovens licenciados que, por força da falta de oportunidades de trabalho verificada, se veem obrigados a procurar emprego e a residir noutras regiões.

Neste momento, é significativo que mais de 50% da população activa residente no Concelho, trabalhe ou estude fora do Barreiro.

Tal como é significativo, que a população jovem com menos de 15 anos, seja apenas de 14% do total, apesar de tudo, em linha com a percentagem nacional, embora inferior à verificada na Área Metropolitana de Lisboa, que a população activa residente no Concelho, tenha descido quase 5 pontos percentuais, nos últimos 16 anos, situando-se agora nos 61%, abaixo da realidade metropolitana e nacional, e ainda é bem significativo que o número de idosos residentes no Concelho, em 2015, seja de 170 por cada 100 jovens, índice extremamente elevado, que mesmo nos últimos anos continua a aumentar – em 2009 era de 141 por cada 100 jovens.

Neste contexto, assume particular importância e carácter estratégico a necessidade de criação de emprego estável, que permita a fixação da população, particularmente dos jovens.

A questão do emprego é pois, uma questão central que, por isso mesmo, se mantém no centro das nossas preocupações.

É neste contexto, e tendo isso em conta, que os projectos de desenvolvimento económico, de melhoria das acessibilidades e de construção de infraestruturas fundamentais assumem uma importância decisiva para o Concelho, diria que para a Região.

Sendo necessário travar a destruição do aparelho produtivo nacional e local e a consequente destruição de emprego, que no Barreiro atingiu a dimensão de desastre referida, insistimos na necessidade e urgência, dentro das competências próprias do Município, de que se aposte na criação e aproveitamento de oportunidades, que propiciem, facilitem e coloquem a exigência da tomada de decisões, que conduzam ao aumento da produção de bens materiais indispensáveis ao aumento da riqueza local e regional, que promovam a criação de emprego, que criem condições objectivas para a fixação das populações, que recupere para o Barreiro o seu papel de importante polo industrial e de transportes.

O aproveitamento do Parque Industrial da Quimiparque, a instalação da Plataforma Multimodal – Terminal de Contentores do Porto de Lisboa, no Barreiro, a ligação Ferroviária a Lisboa e à Europa, mantendo o Barreiro como importante polo ferroviário, a Terceira Travessia Rodo Ferroviária do Tejo, a ligação Rodoviária ao Seixal, garantindo a continuidade de um corredor transversal de ligação rodoviária no Arco Ribeirinho Sul, e a expansão do Metro Sul do Tejo, são objectivos concretos da CDU, propiciadoras do indispensável crescimento económico local, que a par de outros projectos e propostas, a concretizar na Região, como é o caso da construção do Novo Aeroporto de Lisboa, no Campo de Tiro de Alcochete, permitirão a superação da actual crise e o desenvolvimento local e regional, dando coerência e equilíbrio económico e social ao Barreiro e à Região, no contexto da Área Metropolitana de Lisboa.

Será, assim o esperamos e nesse sentido continuaremos trabalhando, o projecto de acção que nos propomos continuar e desenvolver, que lançará o Barreiro.

Juntos, conseguimos!
Juntos, somos Barreiro!

Barreiro, 14 de Maio de 2017

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